O escritor e músico Jéferson Assumção volta a assumir o cargo de Diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura (MinC) na nova gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele integra a equipe da Secretaria de Formação, Livro e Leitura, com o secretário Fabiano Piúba.
Assumção tem mais de dez anos de experiência na gestão cultural e já foi coordenador-geral e diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas nas gestões dos ex-ministros Gilberto Gil e Juca Ferreira, secretário municipal de Cultura de Canoas-RS e secretário adjunto de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul. Coordenou pelo MinC a participação do Brasil em diversos eventos literários no exterior, como a Feira do Livro de Frankfurt em 2007 e 2008 e o Salão do Livro de Paris 2015.
O escritor falou sobre a importância do livro no país e as possibilidades de mudanças da realidade brasileira através do livro “como instrumento e como símbolo, talvez o mais poderoso símbolo de educação e cultura contra a barbárie”.
“Nunca foi tão necessário falar sobre o livro no Brasil. Num momento em que o fascismo entranhado em parte expressiva da sociedade brasileira vem à tona mais uma vez e que um Brasil arcaico, de armas em punho, ameaça nosso futuro, o livro ressurge como instrumento e como símbolo, talvez o mais poderoso símbolo de educação e cultura contra a barbárie. O livro livra, o livro protege, o livro abre possibilidades porque amplia repertórios e aumenta nossa capacidade de respostas para as incitações de uma realidade tão complexa, desigual e injusta, como a brasileira”, disse o novo diretor.
Ele ainda destacou que as dimensões educacionais e culturais para a construção de uma dessa dimensão cultural da leitura foram articuladas e gestadas nos governos Lula e Dilma de forma “democrática e participativa”.
“O livro não é apenas um suporte, mas um símbolo. Muito em suas dimensões educacionais, mas fundamentalmente em sua dimensão cultural. Custamos a articular de maneira democrática e participativa uma ideia ampla e poderosa dessa dimensão cultural da leitura, consubstanciada no Plano Nacional do Livro, Leitura e Literatura, gestados nos governos Lula e Dilma”, afirmou.
Assunção também frisou quais serão suas principais ações como diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do MinC:
– Implementar plenamente a Lei 13.696, que institui a Política Nacional de Leitura e Escrita, importante instrumento para a promoção do livro, da leitura, da escrita, da literatura e das bibliotecas de acesso público no Brasil.
– Recompor a institucionalidade do livro e da leitura no Brasil, com a recriação da Secretaria do Livro, Leitura e Literatura, no futuro MinC.
– Reimplementar o programa de Modernização de Bibliotecas, ajudando a criar uma geração de bibliotecas vivas, pequenos centros culturais modernos e atrativos para jovens, crianças e adultos, em diálogo com as diversas identidades culturais do País.
– Retomar e ampliar a rede de Pontos de Leitura, as bibliotecas comunitárias e projetos exitosos de bibliotecas rurais a partir do Arca das Letras.
Assumção é autor de mais de 20 livros e em 2022 lançou o romance-disco Tropeçália. É doutor em Filosofia pela Universidade de León (Espanha), pós-doutor em Teoria Literária pela Universidade de Brasília (UnB) e vocalista da banda brasiliense Tropeçália. Ele também foi professor de Escrita Criativa e colunista da Mídia NINJA.
Perfil
Jéferson Assumção nasceu em 1970, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. É autor de mais de 20 livros, entre romances, contos, livros infantojuvenis e de não ficção. Formado em filosofia e diplomado em Estudios Avanzados (DEA) em Filosofia pela Universidad de León, na Espanha, é também doutor em Humanidades y Ciencias Sociales pela ULE e possui Pós-doutorado em Teoria Literária pela Universidade de Brasília (UnB), com a pesquisa Ideias sobre o romance em Ortega y Gasset.
Filho de pequenos agricultores, Assumção mudou-se com a família, aos quatro anos de idade, para Canoas, na Grande Porto Alegre. Foi camelô dos 15 aos 23 anos na Estação Canoas do Trensurb, período em que formou sua relação com a literatura e lia e escrevia incessantemente. No final dos anos 80, começou a publicar contos e crônicas na imprensa local. Em 1994, lançou A vaca azul é ninja, um “livro infantil para adultos”, carregado de uma linguagem metafórica e influências de Campos de Carvalho e Manoel de Barros. Seu romance mais recente, O berço de Judas (Editora Taverna), foi lançado em 2019. Entre os autores de sua preferência, estão também Juan Carlos Onetti, Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, Anton Tchecov, António Lobo Antunes e Thomas Bernhard.
Atuou por dez anos no setor política cultural, sendo coordenador-geral e diretor de Livro, Leitura e Literatura no Ministério da Cultura (MinC), secretário municipal de Cultura de Canoas-RS e secretário adjunto de Cultura do Rio Grande do Sul. Coordenou pelo MinC a participação do Brasil em diversos eventos literários no exterior, como a Feira do Livro de Frankfurt em 2007 e 2008 e o Salão do Livro de Paris 2015. Ele também foi professor de Escrita Criativa, é um dos criadores da Movida Literária, vocalista da banda brasiliense Tropeçália e colunista de literatura da Mídia Ninja.